
sequioso queimas a boca
com palavras meias loucas
e suportas o folgo ardente
da mão inundada e listrada
a manhã apaga-se nos passos
do silêncio único da tua presença.
no rosto, a sombra triste e frágil
esboçada na ânsia do sono.
a sede é tua.
quebras o gelo das palavras que cantam
no eco de um tempo sem nomes.
aceitas a imagem desfocada
de um corpo indefeso
e a música grita no teu peito,
enquanto neva no inferno da tua alma
então matas a sede com o sangue
que brota de um coração desgastado
helena maltez